Abuso, abandono, pobreza extrema podem afetar
desenvolvimento cerebral na infância
- Publicado por Robson Pires, na categoria Notas
Um novo estudo feito nos EUA com exames de ressonância
magnética mostra que problemas físicos e psicológicos na infância podem ter um
efeito mensurável sobre o desenvolvimento cerebral. As conclusões estão
publicadas na edição desta segunda-feira (23) da revista científica americana
“Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS).
A pesquisa, feita no Laboratório de Neurociência Cognitiva
do Hospital Infantil de Boston, revela que algumas das crianças romenas
analisadas apresentaram uma diminuição da massa cinzenta (constituída por
neurônios e células da “glia”, que suportam e nutrem os neurônios) e da massa
branca (formada por fibras que ligam os neurônios).
No sentido contrário, quando as circunstâncias sociais e
ambientais melhoraram, a massa branca foi capaz de dar sinais de recuperação e
reverter parcialmente essas mudanças. Nesse caso, os menores avaliados viviam
em orfanatos e foram transferidos para lares de adoção.
Ao todo, foram observadas 74 crianças de 8 a 11 anos,
divididas em três grupos. O primeiro incluía 29 menores criados em alguma
instituição, 25 escolhidos para deixarem o orfanato e serem adotados após três
anos, e 20 que nunca estiverem em lugares como esses.
Segundo os autores, crianças expostas a abuso, violência,
abandono, pobreza extrema e outras adversidades podem sofrer os mesmos efeitos.