segunda-feira, 24 de março de 2014

Governo teme reação de diretor demitido da BR

NestorCerveroLeoPinheiroValorMobilizados pelo Planalto para barrar a CPI da Petrobras, líderes do pedaço do pelotão governista leal a Dilma Rousseff estão otimistas quanto às chances de sucesso da articulação. Receiam, porém, que uma eventual reação incendiária do demitido Nestor Cerveró complique a operação.
Cerveró é o autor daquele documento que Dilma Rousseff diz tê-la induzido a avalizar erroneamente a compra da refinaria americana de Pasadena, em 2006. A presidente empurrou Cerveró para dentro de um microondas ao anotar num texto oficial que o documento dele, recheado com “informações incompletas”, era “técnica e juridicamente falho”.
Do exterior, onde se encontra em viagem de férias, Cerveró levou a mão ao fósforo. Fez isso ao sinalizar, em diálogos telefônicos com pelo menos dois de seus contatos no mundo da política, que não admitiria ser tratado como executivo relapso ou desonesto. Seu timbre era de ameaça.
Pouco depois, já bem passado, Cerveró foi aconselhado a se demitir. Disse que não sairia. Na sexta-feira (21), ele foi exonerado da diretoria Financeira da BR Distribuidora, o posto para o qual havia sido deslocado após perder, em 2008, a poltrona de diretor Internacional da Petrobras.
Apadrinhado pelo PT e avalizado pelo PMDB —e vice-versa— Cerveró tornou-se um fio desencapado. Em gestões subterrâneas, o petismo tenta convencê-lo a passar fita isolante na língua. Os operadores do ‘deixa-disso’ afirmam que não há o que possa ser dito contra Dilma.
Nessa versão, o que o governo teme é que, tomado pela irritação, Cerveró forneça faíscas à oposição. Na melhor hipótese, daria discurso para os antagonistas de Dilma Na pior hipótese, acenderia a CPI.
Josias de Souza


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